ENVOLVIMENTO É UM TRABALHO PSICOLÓGICO
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O trabalho psicológico nos propicia um confronto com o nosso modus operandi.
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Se envolver em uma relação requer, em algum nível, o sacrifício desse modus operandi, pois manter-se nele nos deixa seguro.
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Existe aquela frase: "Um navio no porto está seguro, mas não foi para isso que os navios foram feitos". O se envolver vem de encontro com essa imagética.
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Se envolver significa se permitir, com o nosso navio do "eu", desbravar diferentes mares a cada ciclo da relação. Significa que se naufraga nas águas das emoções e quem não se permite sentir não saberá suportar os naufrágios. É enfrentar a impotência de não conseguir controlar as tempestades, as nossas e principalmente as do outro.
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É compreender que mesmo que se passa por um naufrágio não precisa abandonar a tripulação ou deixar de ser marinheiro. É apenas uma aventura que, por circunstâncias externas e internas, não saiu conforme o mapa. E que não é porque se tem este que tem que ser seguido necessariamente, como mostra o mesmo.
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O trabalho psicológico corresponde ao trabalho do marinheiro. Este vê que o mar, o barco e ele são aspectos que se intercruzam, mas não há como prever, controlar, calcular os riscos futuros, fugir da situação ou pegar só mares calmos.
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O bom marinheiro, diante dos diversos mares - dos mais calmos (que podem ser considerados tediosos) aos mais tormentosos - se mantém disposto (algumas vezes se sentindo corajoso e muitas vezes se sentindo medroso) para desbravar as aventuras marítimas.
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É um gasto de energia esse tipo de trabalho, mas aquilo que é conhecido (o porto) já não satisfaz mais àquele que quer ver DIFERENTES paisagens.
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